Pedra Grande
Já estava sentindo obrigação de conhecer a pedra grande, já fui a vários picos longes de casa e esse pertinho ainda não conhecia, então combinei com 3 amigos e fomos. Saímos de Itaúna 11:00, no domingo e fomos a sentido Igarapé a Pedra fica um pouco antes de chegar na cidade, na divisa com Itatiaiuçu, na BR 381, no lado esquerdo, nesse sentido. São aproximadamente 53 Km, chegamos na entrada em 1h, pois tivemos que pegar o retorno. Entramos na estrada de terra e andamos uns 3 Km, paramos o carro bem perto da entrada da trilha, tem uma placa informando que é lá, mas possui outros acessos. E começamos a caminhada.
Levamos um lanche, água e blusa de frio, pois nesses lugares ventam muito, mas dessa vez, não foram necessárias. A trilha é bem puxada, pois é toda de subida, nível moderado, com alguns trechos difíceis, em alguns lugares é preciso escalar, tomar cuidado com pedras, terras soltas e buracos, mas é tranquila. A vegetação é linda,a trilha é fechada então há muitas áreas de sombra, tem umas arvores vermelhas e se ouve os cantos dos pássaros. Mas infelizmente a mata está lutando para renascer, diante das fortes queimadas que ocorreram, quase em todos os lugares ainda há indícios da mesma.
O solo é todo de minério de ferro e outras pedras, cristal, ardosia, cada pedra mais linda. É uma pena que essa região seja toda explorada por mineração, a Pedra Grande é um dos pouco lugares que ainda não foi tomada, acho que é protegida pela prefeitura de Igarapé. Mas isso ainda faz com que o visual seja bonito.
Na metade do caminho, paramos para descansar um pouco e encontramos com um senhor "o doido peladão da Pedra Grande" . Julio um cara muito gente boa, sentou com a gente e começou a contar muitos casos e uma particularidade um tanto quanto diferente, ele gosta de andar nu, pela mata.. Anda pela pedra frequentemente dessa maneira.. conversamos bastante, é um senhor muito inteligente, tem conhecimentos sobre a terra, religião e a natureza bem incomuns e sábios. Admirei muito essa compreensão, naturalidade e liberdade dele, confesso que fiquei até com vontade de fazer o mesmo, algum dia! hahaha O observando de longe, em contexto com o lugar, parecíamos estar em outras épocas ou outro plano, com uma consciência mais avançada.
Continuamos subindo, a parte mais difícil, pois começamos a subir a pedra mesmo.. passamos por uma gruta formada pela pedra, enorme e linda.. encontramos com umas senhoras religiosas, fazendo uma peregrinação vimos vários pássaros e o Julio nos contou que lá tem um casal de urubu branco, ficamos doidos para ver, mas não encontramos. Chegamos ao topo as 14:00, a vista é muito linda, é possível ver tudo em um anglo de 360 graus, são aproximadamente 1400 m e pode se avistar varias cidades e serras da região, como a Serra do Elefante em Matheus Leme, e algumas outras de Bh.
No topo não tem áreas com sombra e o sol estava muito forte, nossa água tinha acabado, então ficamos lá até 17:00 e descemos, para descer foi bem mais rápido mas ainda é preciso cautela, e quando chegamos, percebemos que tínhamos passado por outra trilha, mas que acabou dando perto da outra. São 3km ida e volta. Na estrada compramos aquela Coca geladinha e voltamos para Itaúna.
Valeu muito a pena o passeio. Seja uma caminhada longa ou curta, uma serra grande ou pequena, a cada vez que faço isso só me mostra que é nas montanhas, na natureza é que é me encontro!
*Créditos das fotos: Guilherme Oliveira
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